Acordo com os raios do primeiro amanhecer que entram sem permissão pelas janelas e fazem o quarto transbordar de luz... Tudo em que consigo pensar é que ficas ainda mais perfeito banhado pelo sol tímido que ao poucos aquece a tua pele. Mas o amanhecer significa para nós o adeus, e tu dormes tão calmo ao meu lado que tudo o que eu faço é fechar as cortinas e voltar a me aninhar nos teus braços.
Ainda é noite no emaranhado dos teus cabelos pretos, e está longe de ser dia para nós dois meu amor. A noite é o amanhecer dos amantes e não há nada que nós façamos mais do que amar, então me puxa de volta pros lençóis para que eu possa ter certeza de que a nossa eterna noite não acaba.
Mais tarde agora, o desespero vem junto com o sol que já fica alto no céu.
Te juro que ainda não é dia, os pássaros que cantam apenas estão adiantados, não é hora de partir, não pode ser. Mas é. O prenúncio do dia é o desgosto pra mim, sair do leito aquecido e confortável para depois voltar a dormir sem ti para aquecê-lo? Não, dispenso.
Aqui tu me deixas e aqui eu fico, sentada na soleira da porta pensando que se nem a nossa noite dura, o que se poderá dizer sobre esse café que já esfria?
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